Recomendação de livro: Hacking Digital
Quando falamos de transformação digital, 99% dos livros atuais focam na parte técnica. Este livro é diferente, é voltado à implementação numa grande empresa. Há uma diferença enorme entre fazer uma prova de conceito funcionar e convencer a empresa a mudar processos e sistemas para adotá-la em escala!
Estamos chegando numa era em que o conhecimento técnico está dominado. Não faltam boas e novas ideias. Os especialistas estão se formando em universidades e cursos complementares (embora ainda em número insuficiente). Agora o gargalo está sendo colocar em prática, integrar e escalar de forma coerente essas soluções inúmeras.
Este é um guia pragmático, vindo de gente que realmente tem know-how sobre o tema.
Alguns highlights:
- Em 2023, gastos com transformação digital chegarão a US$ 2,3 tri.
- A transformação digital é difícil. Apesar do que podem pregar alguns consultores, não é fácil. Acreditem.
- 87% dos programas de transformação digital falham em atingir as expectativas originais!
Dá para dividir a transformação em três fases: Iniciação, Execução e Ancoragem.
- A Iniciação envolve construir uma fundação sólida: criar momentum, estabelecer objetivos e entender o panorama da empresa.
- A Execução responde por 70% do esforço, e envolve construir (portfólio balanceado, governança) e integrar esforços digitais com outras áreas (operações, TI, RH).
- A última fase, de ancoragem, representa os 20% finais, e é a fase de embutir os sistemas digitais no processo, de modo que o digital se incorpore no negócio.
Sobre patrocínio, governança e TI tradicional
- A duração média de um Chief Digital Officer é de 2,5 anos.
- Evite objetivos complicados demais.
- Alinhe com a direção da empresa para a transformação digital.
- A governança é chave para o sucesso da transformação. Há prós e contras em ter times separados x integrados ao restante da organização — na prática, é sempre um modelo híbrido que depende do contexto. Seja claro em responsabilidades e tenha boas métricas.
- Como fazer Digital e TI trabalharem juntos? A TI tradicional e a área de mudanças digitais geralmente têm conflitos relacionais. A TI tradicional cuida do legado, do que está rodando, segurança, garantia de estabilidade e qualidade. Já soluções digitais têm foco em velocidade, experimentação, desenvolvimentos novos e centrados em dados e analytics.
Sobre portfólio e áreas internas e externas
- O portfólio de trabalhos deve ser balanceado, em termos de riscos, horizontes de tempo, habilidades necessárias e complexidade.
- Internamente, é importante despertar a consciência digital, desenvolver skills e também criar urgência nas soluções digitais. Aumentar o QI digital e desenvolver as habilidades analíticas necessárias para o negócio são o desafio chave da transformação.
- Externamente, focos citados são parceiros e ecossistemas, além de cuidados em questões sociais e ambientais.
Diversos dos pontos citados são mais fáceis de apontar do que fazer de fato — por isso a necessidade de alinhamento com lideranças, consciência digital e o alto esforço na execução (70%).
Quando a transformação digital virar o negócio como usual, você terá chegado lá.
Por fim, a transformação digital não é um projeto, mas sim, uma longa jornada. E uma longa jornada começa no primeiro passo, como já dizia um velho provérbio chinês.
Agradeço ao amigo Octaciano Neto pelo livro.
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Hacking Digital, por Michael Wade e outros profissionais do International Institute for Management Development (IMD).
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Originally published at https://ideiasesquecidas.com on April 25, 2022.