O Mundo de Sofia em Quadrinhos — Parte 1
“O Mundo de Sofia” foi um dos primeiros livros de filosofia que li, mais de 20 anos atrás.
Escrito pelo professor norueguês Jostein Gaarder, conta a história de Sofia, uma menina de 15 anos, que recebe uma carta misteriosa, com apenas uma frase: “Quem é você?”
O estilo “filosofia popular”, ou “filosofia básica para iniciantes” é muito comum hoje, mas não era tão forte assim há 20 anos, de modo que “O Mundo de Sofia” foi um dos pioneiros nessa área — segundo a Wikipedia, vendeu mais de 40 milhões de exemplares e foi traduzido para 60 idiomas.
Pois bem, vi na livraria Martins Fontes Paulista uma versão em quadrinhos do livro, e não pensei duas vezes para comprar. É a minha dica de leitura do fim de semana.
Desenhada num estilo leve, em traços simples e coloridos como para adolescentes, é uma leitura agradável.
Resumo de pontos principais.
Sofia recebe a primeira carta, que contém apenas a frase “Quem é você?”.
Ora, é a Sofia, uma menina de 15 anos. Mas, o que mais? Não há remetente ou qualquer outra informação sobre a carta, o que a deixa confusa e curiosa.
A segunda carta recebida por Sofia questiona: “De onde vem o mundo?” e faz com que ela comece a se perguntar sobre a origem do universo e a existência de Deus. Será que o mundo sempre existiu? Ou foi criado por um ser superior?
Logo após, outra mensagem: “curso de filosofia, manuseie com cuidado”.
A principal qualidade do filósofo é o senso de maravilhamento. E devemos começar perguntando. Perguntas como “Quem somos?”, “Por que estamos vivos?”, “Como o mundo foi criado?”, “Há algum significado por trás dos acontecimentos?”, “Existe vida após a morte?”.
Após essa primeira parte, Sofia e o tutor misterioso (que posteriormente se revela como um professor chamado Alberto), nos guiam pela história da filosofia.
Mitos: no início, deuses que explicam a chuva, ciclos de inverno e verão e outros fenômenos naturais;
Os primeiros filosofos naturais, como Parmênides e Heráclito: já tentando explicar as relações de forma mais profunda, como tudo ser fruto dos elementos água, terra, ar e fogo;
Demócrito inserindo o conceito de átomo;
Sócrates, com o famoso método socrático de conceber a verdade através de perguntas. “Tudo o que sei é que nada sei”, “Antes sofrer uma injustiça do que cometer uma”, “Seja virtuoso, mas não procure mostrar isso: é o caminho para a glória”;
Platão, com seus diálogos. Mundo das formas, mito da caverna, República;
Aristóteles, questionando as formas de Platão, e com seu conceito de Eudaimonia, de que a felicidade ocorre quando a pessoa atinge o pleno potencial de sua capacidade;
Os cínicos, estoicos e epicuristas, cada qual com o seu conceito de felicidade e ética de como viver a vida;
Após os gregos, o Cristianismo e filósofos da Idade Média fortemente ligados à teologia, como Sto Agostinho, Tomás de Aquino e Averrois;
E o renascimento, impulsionado por descobertas ousadas de cientistas como Copérnico e Galileu contrariando dogmas religiosos.
Haverá uma segunda parte da versão em quadrinhos, com Alberto continuando a guiar Sofia (e a nós) na história da filosofia. Ainda não tenho a segunda parte em mãos, mas o farei assim que for lançado.
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Originally published at https://ideiasesquecidas.com on April 21, 2023.