O melhor do mundo tira nota zero em quase tudo
Especialista x generalista?
É uma discussão eterna, e que não tem resposta certa. Vai depender do contexto, momento, pessoas.
Indo pelos extremos:
É impossível ser especialista em tudo. Nosso tempo é finito, e o tempo gasto para especialização em algo significa menos tempo para qualquer outro assunto. Aprender a consertar um carro é muito diferente de estudar biologia, por exemplo.
É a Lei do Sacrifício, de Al Ries e Jack Trout. Para obter algo, temos que abrir mão de outro algo. Mesmo tendo habilidades inatas para dois temas, o gargalo será o tempo.
E também é inútil ser generalista em tudo sem saber nada em profundidade. Alguém que sabe um pouco de tudo de forma rasa, SEMPRE vai perder para quem tem um foco estreito. O hobbista que conserta carros no fim de semana não vai competir com mecânico especialista em motores, por exemplo, quando o problema for o motor.
Uma forma de pensar, no meio do caminho, é uma pirâmide com base larga e pico estreito.
Assumir que pouco ou nada sabemos sobre quase tudo, o que seria equivalente a tirar nota zero em uns 60% dos assuntos do cotidiano.
Tirar uma nota suficiente para passar em uns 30% de outros assuntos, daqueles que têm uma relação próxima do que é útil para o nosso bem viver.
Ser extremamente especialista em 9,99% no tema que melhor dominamos. Conhecer mais, ser apaixonado pelo tema e tudo o que diz respeito a isso, etc.
E ser um dos melhores do mundo em 0,01%. Perseguir o tema febrilmente, participar de conferências, dar aulas, etc.
Isso porque o melhor do mundo sempre vai vencer o sabe-tudo que sabe-nada.
A Deusa da Fortuna pode ou não sorrir para esses melhores do mundo, isso está fora do alcance de todos nós. Porém, a Deusa da Fortuna nunca vai sorrir para o sabe-tudo.
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Originally published at https://ideiasesquecidas.com on April 2, 2022.