O homem de negócios do Pequeno Príncipe
O Pequeno Príncipe é um livro fantástico, cheio de provocações: leia-o aos 10 anos e você terá uma impressão, aos 20 anos, outra, aos 30, outra, e assim sucessivamente.
Um trecho que eu não dava atenção no passado, mas agora dou, é o do “homem de negócios”, que tem as seguintes linhas gerais:
Um dos planetas visitados pelo Pequeno Príncipe era o do homem de negócios. Um homem que vivia ocupado, sem tempo para nada. Ele contava as estrelas e fazia cálculos inúmeros. Quinze e sete, vinte e dois. Vinte e dois e seis, vinte e oito. Ufa! São pois quinhentos e um milhões, seiscentos e vinte e dois mil, setecentos e trinta e um.
“Quinhentos milhões do quê?” perguntou o Pequeno Príncipe.
“De estrelas.” Ele se orgulhava de possuir as estrelas. Era rico. Com a riqueza, poderia comprar outras estrelas, em movimentos ousados no mercado, além de impressionar os outros.
“O que faz com tantos milhões de estrelas?” perguntou o Pequeno Príncipe.
Nada. Ele apenas gostava de possuí-las.
Daí, ele escreveu o número num papelzinho e trancou o papel a chave numa gaveta.
Extremamente ocupado, o homem voltou ao trabalho, pois agora tinha outro setor a contar e um EBITDA a entregar!
“As pessoas grandes são mesmo extraordinárias,” repetia o Pequeno Príncipe no percurso da viagem.
Originally published at https://ideiasesquecidas.com on May 20, 2024.