Notas diversas sobre viagem a Boston

Arnaldo Gunzi
5 min readOct 4, 2024

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Algumas ideias e anotações sobre viagem que fiz a Boston, EUA.

Áreas VIP

Nunca gostei de sala VIP de aeroporto. Já entrei em um ou duas, mas em geral, eu acho o lugar apertado, e muitas vezes está apinhado de gente. Prefiro o saguão de embarque, que tem um pé direito alto, bastante espaço, e dá para ficar vendo as lojinhas.

Talvez a única vantagem real seja não pagar pela comida, já que um pão de queijo no aeroporto custa uns R$ 15.

Se sala VIP fosse boa de verdade, não ofereceriam junto a cartões de crédito dos bancos. Já cansei de receber ligações de bancos ofecendo cartões black-super-mega-platinium que dão mais pontos, mais limite de crédito e… acesso à sala VIP! Só não contam que a anuidade do cartão também será maior (cedo ou tarde). Se essas coisas fossem boas de verdade, o banco não ligaria todo mês tentando empurrar.

De qualquer forma, é como o meu amigo Wagner Gurgel diz: “Se até eu sou VIP, quer dizer que qualquer um é VIP!”.

Gorjeta

Aqui no BR, a gorjeta nos restaurantes costuma ser de 10% da conta. Tem lugar, na Faria Lima, que cobra 13%, o que já acho um absurdo.

Nos EUA, em muitos lugares a gente primeiro paga a conta no cartão, e depois a quantidade de gorjeta a incluir aparece como opção.

Atualmente, tem três opções default: 18%, 20% e 22%!!!

Um jantar, num lugar mais ou menos para baixo, vai custar uns 30 dólares. Isso dá 6 dólares de gorjeta — como o dólar atualmente está quase 6 reais, dá mais de 30 reais só de gorjeta!

Num desses lugares, paguei em dinheiro e deixei apenas uma nota de um dólar de gorjeta. O chinês, dono do restaurante, fez cara de que não ficou muito feliz. Mas, infelizmente, 20% de gorjeta em dólar, para quem recebe em real, é de levar à falência.

Casas de madeira sem cercas

Eu já meio que acostumei, mas a primeira vez que fui aos EUA, um choque: não havia cercas entre as casas! Nem muros com caco de vidro em cima e cachorro no quintal. Nada. No Canadá, idem, lá é até mais civilizado que os EUA.

Em Boston, mesma coisa. Em Massachutts, onde fiquei, muitas casas de madeira, fora das ruas principais. Bonitas, simples e eficientes.

As universidades de Harvard e o MIT, que visitei, idem: não sabemos onde começa a universidade e onde começa a cidade.

MIT

O MIT é muito grande. Tem prédios com uma fachada imponente. Entrando lá dentro, lá no meio, vai cada vez mais parecendo uma universidade normal, com laboratórios, salas de aulas, etc.

Tem uma escultura engraçada, de um homem feito de números. Pelo que vi, é uma escultura chamada “The alquimist”, embora tenha mais relação com matemática do que química (nota-se que artistas não são bons cientistas).

O museu do MIT mostra várias invenções, desde genética até engenharia espacial.

Me chamou atenção o fato de existir uma sala “Ed Thorp”, em homenagem a este grande matemático que já descrevi aqui neste espaço.

Também há várias invenções de Claude Shannon, o pai da Teoria da Informação, um dos grandes gênios que passaram por ali.

Por fim, descobri que o Scratch, um programa de computador lúdico para ensinar programação para crianças, foi desenvolvido por um pessoal do MIT. Minhas filhas agradecem.

Harvard

Harvard é mais imponente ainda. Se o MIT tem cara de engenharia, Harvard tem cara de direito e administração, parece um pouco mais elitista (porque engenheiros são mais mão-na-massa do que advogados).

Não tive muito tempo livre para conhecer melhor, mas um ponto turístico é a estátua de John Harvard, fundador da escola.

Outro ponto que chama atenção. Ambas as escolas têm lojas para vender itens: bonés, roupas, cadernos, etc… E não são roupas toscas com o símbolo de Harvard em silk screen não. São tipo roupas da Nike e outras marcas famosas, e preço equivalente também: tinha uma camisa de gola, muito bonita, a meros US$ 120!

A loja de Harvard era um prédio imenso de 4 andares, para ter uma noção.

As universidades brasileiras não têm lojas assim, até onde eu sei. USP, ITA, até têm grupos de alunos que encomendam e vendem roupas com logotipo da escola, mas não tem a menor comparação com os americanos.

Lagosta

Boston é uma área portuária, junto ao Oceano Atlântico. Essa região tem abundância de lagostas — idem um pouco mais ao norte, na costa do Canadá. Tanto é que havia inúmeros bonequinhos de lagosta, chaveiros com formato de lagosta, etc.

Eu não sou muito fã de lagosta, mas até queria provar. Entretanto, deixei para o último dia, e no último dia andei bastante, daí estava cansado demais para ir até o centro da cidade buscar um restaurante que tivesse a iguaria citada.

Metrô

O metrô de Boston é igual àqueles dos filmes, tipo de NY. É velho, mas funciona muito bem. Dá para ir para qualquer canto da cidade utilizando o metrô.

Comprei um passe de 5 dias, tipo um “bilhete único”. Metrô, ônibus, era só passar o ticket. Muito simples e efetivo.

Trânsito

Embora haja congestionamento em Boston, pelo menos os motoristas respeitam os pedestres. Há várias ruas menores sem semáforo, apenas com a faixa de pedestres — e os motoristas respeitam, deixam a gente passar de boa.

Também não tem aqueles motoqueiros irritantes que ficam cortando os carros ou fazendo um barulhão com suas motos sem escapamento. Ponto para Boston!

Maconha

Já escrevi este detalhe em post anterior — vide https://ideiasesquecidas.com/2024/09/15/reflexoes-sobre-maconha-dinheiro-x-valores-e-outros/. Como a maconha é liberada para fins recreativos, toda esquina tinha esse odor forte e insuportável.

Também vi lojas vendendo maconha, de forma legalizada.

Espero que esta moda nunca chegue ao BR!

Originally published at https://ideiasesquecidas.com on October 4, 2024.

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Arnaldo Gunzi

Project Manager - Advanced Analytics, AI and Quantum Computing. Sensei of Analytics.