Seja imprevisível, segundo a Teoria dos Jogos

Arnaldo Gunzi
1 min readApr 29, 2024

Estive a ver o jogo Corinthians x Fluminense, e é daqueles jogos de dar raiva pela previsibilidade do técnico Fernando Diniz. Faz tempo que noto isso, porém, como o foco deste espaço não é futebol, sempre me abstive de comentar.

O time do Diniz vai sair tocando a partir do goleiro, de dentro da área, tentando tocar e tocar até chegar ao ataque. O adversário, sabendo disso, adianta a linha de marcação, faz pressão forte no zagueiro, que não vai rifar a bola: ou perde ou encontra alguém… e repita infinitamente.

Um dos resultados mais óbvios da Teoria dos Jogos é que é bom ser imprevisível. Num jogo como o dilema do prisioneiro, se eu sei que o oponente sempre vai cooperar, posso me aproveitar disso para vencer. Se eu sei que ele sempre vai trair, idem, também não colaboro. Porém, se ele for imprevisível, fica muito mais difícil ter uma estratégia simples.

O São Paulo do Diniz, anos atrás, seguiu a mesma lógica. Chegou a liderar o campeonato brasileiro com folga, até que ficou em evidência e todo mundo manjou o estilo e criou estratégias contra ele — acabou perdendo uma atrás da outra, terminou em quarto lugar.

É muito difícil um time mudar o estilo que fez com que chegasse ao sucesso, exatamente por isso, por ter funcionado até então. É tipo uma armadilha, a armadilha do sucesso.

Tenha repertório. Mude, porque o mundo vai evoluir. É justamente no time que está ganhando, que temos que mexer.

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Arnaldo Gunzi

Project Manager - Advanced Analytics, AI and Quantum Computing. Sensei of Analytics.