Bill Gates, a vacina da Poliomelite, e o seu modo de pensar
A filha de Bill Gates perguntou: “Pai, o que você fez para ajudar essa pessoa com poliomelite?”
Resposta: “Por ela, não fiz nada”.
A pergunta acima é mostrada no documentário “O código Bill Gates”, da Netflix.
O documentário mostra os esforços da fundação Bill e Melinda Gates, em relação à três temas: energia nuclear, poliomelite e uma privada que não usa água.
Sobre a poliomelite, o documentário mostra o esforço deles para ajudar a vacina chegar aos recantos mais inóspitos do mundo e erradicar a doença da face da Terra.
Bill relata o encontro que teve com uma moça que estava paralítica devido à poliomelite, e como isso prejudicara todo o seu futuro.
Sobre ela, a filha de Bill Gates perguntou: Pai, o que você fez por essa pessoa em particular?
A resposta de Gates foi algo como: por ela, eu não fiz nada. Há uma quantidade finita de recursos para alocar. O meu esforço é no sentido de ser o mais efetivo possível.
Gates não tem a presença de um Steve Jobs, nem o carisma de um grande político como Bill Clinton. É um nerd, um jacu.
Respostas como a dada acima explicitam esse lado racional sobre o emocional. Ele pensa mais como uma máquina do que como um ser humano.
Do ponto de vista econômico, ele está certo.
Se eu tenho um real para investir, devo alocar o recurso da melhor forma possível. A melhor forma de alocar o mesmo é resolver o problema em escala global, cortar o mal pela raiz, do que aliviar um sintoma específico.
Não à toa, a Microsoft navegou brilhantemente pelas últimas décadas. O Windows é onipresente. O Office é a ferramenta de produtividade definitiva no mundo corporativo. A Microsoft quase ficou fora da onda da internet, mas quando entrou, entrou jogando pesado.
Ele tem perfil discreto. Não se envolve em polêmicas. E é extremamente efetivo no que faz.
E o resultado também tem as mesmas características. É efetivo e silencioso.
Ex. Este link de 2018 mostra como ele ajudou a pagar a dívida da Nigéria no combate à polio.
Já este link de 2020 mostra os resultados: erradicação da polio na África (sem citar Gates em momento algum).
Há poucas pessoas como eu, que têm Bill Gates na lista dos mais admirados do mundo. Pelo contrário, é extremamente mais comum demonizar o mesmo, colocá-lo no mesmo pedestal de Hitler, ou até pior. Há até boatos de que ele ajudou a criar o coronavirus! Uma injustiça total.
Gates já tem os seus 65 anos, é um dos homens mais ricos do mundo e poderia muito bem estar fazendo nada, ou levando uma vida pacata sem preocupações. Ao invés disso, ele investe pesado para tentar, na escala da inovação mundial, o que ele conseguiu fazer com o software: revolucionar o mundo.
https://www.gatesfoundation.org/what-we-do/global-development/polio
Um anúncio. Estou lendo o novo livro dele, sobre mudanças climáticas, e semana que vem haverá um post sobre isto. Aguardem…
Originally published at https://ideiasesquecidas.com on February 21, 2021.