As piores frases de Nietzsche
O filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844–1900), é, segundo suas próprias palavras, “Dinamite pura”. É um escritor cuja pena é um martelo, que usa para derrubar ídolos, e por isso, é amado e odiado com a mesma intensidade. Descubra o motivo, na coletânea a seguir.
Atenção: conteúdo explosivo.
Que importa que a vida seja longa! Que guerreiro quer ser poupado?
Deus está morto!
Não enfrentes monstros sob pena de te tornares um deles. Se contemplas o abismo, a ti o abismo também contempla.
O ser humano é um erro de Deus? Ou Deus é um erro do ser humano?
Todos os criadores são em verdade duros. E venturança precisa parecer-vos imprimir a vossa marca sobre milênios como sobre cera.
Totalmente duro solitariamente é o que há mais nobre. Esta nova tábua, ó meus irmãos, coloco sobre vossas cabeças: tornai-vos duros!
Supondo que a verdade seja uma mulher — não seria bem fundada a suspeita de que todos os filósofos entendem pouco de mulheres?
Com o risco de desagradar a ouvidos inocentes eu afirmo: o egoísmo é da essência de uma alma nobre; aquela crença inamovível de que, a um ser “tal como nós”, outros seres têm de sujeitar-se por natureza e a ele sacrificar-se.
Toda elevação do homem foi, até o momento, obra de uma sociedade aristocrática — e assim será sempre: de uma sociedade que acredita numa longa escala de hierarquias e escravidão em algum sentido.
A casta nobre sempre foi, no início, a casta de bárbaros: sua preponderância não estava primariamente na força física, mas na psíquica.
O olhar do escravo não é favorável às virtudes do poderoso: é cético e desconfiado.
O amor ao próximo é sempre algo secundário, em parte convencional e ilusório, em relação ao temor ao próximo.
Sobre a convicção do filósofo: chegou o asno, belo e muito forte.
Demonstramos profunda incompreensão do animal de rapina e do homem de rapina (César Bórgia, por exemplo), incompreensão da natureza, ao procurar por algo doentio no âmago desses mais saudáveis monstros.
Sempre, desde que existem homens, houve também rebanhos de homens (clãs, comunidades, tribos, povos, Estados, igrejas) e sempre muitos que obedeceram, em relação ao pequeno número dos que mandaram.
O surgimento de Napoleão é a história da superior felicidade que este século alcançou em seus homens e momentos mais preciosos.
Independência é algo para poucos: é prerrogativa dos fortes. Quem procura ser independente sem ter a obrigação disso, demonstra que é não apenas forte, mas temerário além de qualquer medida.
É inevitável que nossas mais altas intuições pareçam bobagens, delitos, quando chegam indevidamente aos ouvidos daqueles que não são feitos para elas.
As religiões soberanas estão entre as maiores causas que mantiveram o tipo homem num degrau inferior. Destroçar os fortes, debilitar as grandes esperanças, tornar suspeita a felicidade da beleza, dobrar tudo que era altivo.
Um povo é um rodeio que a natureza faz para chegar a 6 ou 7 homens.
Tudo que é grande talvez tenha sido loucura no início.
Ouço, com prazer, que o nosso Sol se dirige velozmente à constelação de Hércules: espero que o homem desta Terra siga o exemplo do Sol.
O homem que aspira a uma coisa grande considera todo aquele que lhe cruza o caminho, ou como um meio, ou como um obstáculo, ou descanso temporário.
Os maiores acontecimentos e pensamentos são os últimos a serem compreendidos. As gerações que vivem no seu tempo não vivenciam tais acontecimentos — passam ao largo deles.
Todo pensador profundo tem mais receio de ser compreendido do que de ser mal compreendido. Neste caso talvez sofra sua vaidade; mas naquele sofrerá seu coração.
A loucura é algo raro em indivíduos — mas em grupos, partidos, povos e épocas é a norma.
Tenho uma predileção por perguntas para as quais ninguém hoje tem a coragem, a coragem para o proibido.
O que é bom? Tudo o que eleva o sentimento de poder, a vontade de poder, o próprio poder no homem.
O que é mau? Tudo o que vem da fraqueza.
O que é felicidade? o sentimento de que o poder cresce, de que uma resistência é superada.
Os fracos e malogrados devem perecer: primeiro princípio de nosso amor aos homens.
O cristianismo tomou partido de tudo o que é fraco, baixo, malogrado, transformou em ideal aquilo que contraria os instintos de conservação da vida forte; corrompeu a própria razão das naturezas mais fortes de espírito, ensinando a perceber como pecaminosos os valores supremos do espírito.
O cristianismo é chamado de religião da compaixão. A compaixão se opõe aos afetos que elevam a energia do sentimento de vida: ela tem efeito depressivo.
A compaixão se opõe à lei da evolução, que é a lei da seleção.
A compaixão é a prática do niilismo. É instrumento multiplicador da miséria e conservador de tudo o que é miserável — a compaixão persuade ao nada.
Nem a moral nem a religião, no cristianismo, têm algum ponto de contato com a realidade. São causas imaginárias (Deus, alma, livre-arbítrio) e efeitos imaginários (pecado, salvação, graça, castigo). Um comércio entre seres imaginários (Deus, espíritos). Um mundo de pura ficção, que falseia, desvaloriza e nega a realidade.
Eles não se denominam fracos, denominam-se “bons”. Deus-de-gente-pobre, Deus-de-pecadores, Deus-de-doentes.
Cristão é o ódio ao espírito, ao orgulho, coragem, cristão é o ódio aos sentidos.
Quanto às três virtudes cristãs, fé, amor e esperança, eu as denomino três espertezas cristãs.
O conceito de Deus falseado, o conceito de moral falseado. Os sacerdotes traduziram em termos religiosos o próprio passado de seu povo.
Simplificaram a psicologia, reduzindo-a à fórmula de “obediência ou desobediência a Deus”.
O sacerdote formula até as taxas a lhe pagar, não esquecendo os mais saborosos pedaços da carne, pois o sacerdote é um comedor de bisteca.
Deus perdoa quem faz penitência — em linguagem franca: quem se submete ao sacerdote.
Nada de conceito de “gênio” tem algum sentido no mundo de Jesus. Falando com o rigor do fisiológico, caberia uma outra palavra — a palavra “idiota”.
A palavra “cristianismo” é um mal-entendido. No fundo, houve apenas um cristão, e ele morreu na cruz. O “evangelho” é o oposto do que ele viveu, um “disangelho”.
Paulo era o gênio em matéria de ódio, na lógica implacável do ódio. Simplesmente riscou o ontem, inventando uma história. Falseou a história de Israel para que ela aparecesse como pré-história: todos os profetas falaram do seu “Redentor”.
O cristianismo é a revolta de tudo o que rasteja no chão contra aquilo que tem altura: o evangelho dos “pequenos” torna pequeno.
Que resulta disso? Que convém usar luvas ao ler o Novo Testamento.
O sacerdote conhece apenas um grande perigo: a ciência — a sadia noção de causa e efeito.
O pecado foi inventado para tornar impossível a ciência, a cultura, toda elevação e nobreza do homem; o sacerdote domina mediante a invenção do pecado.
O bem-aventurado não é provado, mas apenas prometido: a bem-aventurança é ligada à condição de “crer” — a pessoa deverá ser bem-aventurada porque crê.
A fé não desloca montanhas, mas coloca montanhas onde elas não existem.
Não nos enganemos: grandes espíritos são céticos. Zaratustra é um cético.
A necessidade da fé, de um sim ou não, é uma necessidade de fraqueza.
A “Lei”, a “vontade de Deus”, tudo apenas palavras para as condições sob as quais o sacerdote chega ao poder e o sustenta.
As convicções são inimigos mais perigosos da verdade do que as mentiras.
A desigualdade dos direitos é a condição para que haja direitos.
Uma cultura elevada é uma pirâmide. Pode erguer-ses apanas num terreno amplo, tem por pressuposto uma mediocridade forte, sadiamente consolidada.
O cristianismo foi o vampiro do Império Romano.
Eu condeno o cristianismo, faço à Igreja cristã a mais terrível das acusações que um promotor já teve nos lábios. Ela é, para mim, a maior das corrupções imagináveis.
A Igreja cristã nada deixou intacto com seu corrompimento, ela fez de todo valor um desvalor, de toda verdade uma mentira, de toda retidão uma baixeza de alma.
No mundo há mais ídolos do que realidades.
Este pequeno escrito é uma declaração de guerra, não se trata de ídolos contemporâneos, mas de ídolos eternos.
Posso fazer perguntas com o martelo e, talvez, ouvir como resposta aquele famoso som oco que fala das entranhas infladas — quão agradável para aquele que possui ouvidos por trás dos ouvidos, ante ao qual precisamente aquilo que gostaria de permanecer em silêncio, tem de ser ouvido alto e em bom tom.
Sócrates e Platão são sintomas de declínio, instrumentos da dissolução grega.
Sócrates pertencia ao povo mais baixo: Sócrates era plebe. Sabe-se inclusive quão feio ele era. Os antropólogos entre os criminalistas nos dizem que o típico criminoso é feio: monstro de aspecto, monstro de alma.
Em tudo Sócrates é exagerado, bufão, caricatura, e oculto, de segundas intenções, subterrâneo.
Com Sócrates, o gosto grego se modifica em favor da dialética. O gosto aristocrático é vencido com isso; a plebe ascende ao primeiro plano com a dialética.
Sua apavorante feiúra o exprimia para todos os olhos: ele fascinou ainda mais intensamente como resposta, como aparência de cura para esse caso.
Outra idiossincrasia dos filósofos não é menos perigosa: ela consiste em confundir o último e o primeiro. Eles põem no início, como início, aquilo que vem no final — infelizmente!
A doutrina da vontade foi essencialmente inventada com a finalidade de punir, isto é, de querer encontrar um culpado.
O cristianismo é uma metafísica de carrasco.
Conhece-se minha exigência ao filósofo de colocar-se para além do bem e mal. Não existem absolutamente fatores morais. Moral é apenas uma interpretação de certos fenômenos, uma interpretação equivocada.
Em todas as épocas, se quis “melhorar” os seres humanos, a isso se chamou moral.
Da escola de guerra da vida — O que não me mata me fortalece.
Ajuda-te a ti mesmo, e então todos ainda te ajudarão. Princípio do amor ao próximo.
Quão pouco se precisa para a felicidade! O som de uma gaita de fole. A vida seria um erro sem música.
Tu és autêntico? Ou apenas um ator?
Procurei pelos grandes seres humanos, e sempre encontrei apenas os macacos do seu ideal.
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Originally published at https://ideiasesquecidas.com on September 4, 2021.