Alta Frequência e Baixa Recompensa
Análise de um gráfico interessante, do livro Hooked.
No passado, tudo era mais demorado. Entre a causa e a recompensa, era necessário esperar muito mais. Ler um livro inteiro para entender a história, ao invés de ver um vídeo no Youtube.
O mundo de hoje é o oposto. Cada vez mais conectado, e cada mais imediato.
Em termos do gráfico, estamos vindo para a esquerda: aumento a facilidade de uso de ferramentas, dou recompensas cada vez menores, porém, a facilidade é tanta que a pessoa aumenta a frequência de uso.
- Com o Google, estamos a um clique de uma resposta — ou melhor, hoje em dia, nem teclar precisa, basta falar que a Siri reconhece.
- Jogos de computador trazem recompensas imediatas ao cérebro das crianças, com o mínimo de esforço.
- Belas fotos no Instagram, fornecendo estímulo imediato (e inútil) ao impaciente usuário.
Recompensas imediatas são mais atrativas do que recompensas futuras. O problema é que, assim, nunca vamos atingir objetivos difíceis, metas de longo prazo que exigem trabalho real (e não recompensas virtuais).
Algumas ideias.
- Quebrar rotinas ruins: eliminar coisas que são rotinas desnecessárias (ex. reuniões, e-mails desnecessários ou ineficazes, bate papos com pessoas que não levam a nada)
- Tornar difícil rotinas ruins (deletar o app do Instagram do celular, copo de água perto da mesa se quisermos beber mais água)
- Recompensar rotinas boas com algum tipo de reconhecimento, seja um OK numa planilha de controle, seja algo simbólico. Ex: deixou de comer fritura e foi treinar. Coloque o dinheiro que iria gastar na comida em alguma “poupança” que tenha um objetivo claro, como uma viagem com a família
É necessário ter disciplina e vontade, para alcançar recompensas de médio e longo prazo.
Busque o oposto do que essas plataformas oferecem: recompensa de alto nível e com baixa frequência.
Indicações de livros:
- Hooked (engajado), Nir Eyal
- Hábitos atômicos, James Clear
Originally published at https://ideiasesquecidas.com on September 11, 2023.