A Ruína do Apostador
Quando um apostador com recursos finitos aposta continuamente contra outro, com recursos infinitos, ele vai à ruína — mesmo se a chance de vitória for de 50% ou um pouco maior.
A razão para isso é simples. Há uma volatilidade natural na série contínua de apostas, e o apostador quebra quando chega ao seu limite. Já a casa, por ter muito mais recursos, consegue aguentar a volatilidade e capturar o ganho do valor esperado da aposta.
Basta uma simulação simples em Excel para ilustrar. Quando o gráfico chega no negativo, acabou para o apostador. Tudo o que está à direita não existe mais, porque ele não vai conseguir se alavancar para continuar no jogo.
Mesmo se o valor for maior do que 50%, numa aposta totalmente justa, é possível ocorrer a ruína do apostador.
Tem uma parte paradoxal, porque o Valor Esperado é zero ou positivo.
O que ocorre é a dependência do caminho. O Valor Esperado é para infinitas interações. Na vida real, seguimos um caminho, temos o resultado de uma aposta que vai influenciar as futuras. E, se eu quebrar uma vez, é suficiente para prejudicar todo o futuro.
Mesmo quando temos mais de 50% de chances de vencer, pode ocorrer a ruína do apostador. Imagine que você tem R$ 50 mil, e aposta todo o valor numa só tacada. Pode dar o azar de perder tudo na primeira aposta, ou só no começo!
Um valor esperado positivo vai te dar uma vantagem a longo prazo, porém, mesmo assim, você tem a chance de quebrar no curto prazo.
O que ocorre, na vida real, é até pior ainda: temos menos de 50% de vencer, o que torna a ruína do apostador mais realidade do que nunca.
Esse conceito ilustra a importância da gestão de risco e da limitação de apostas em jogos de azar.
Baixe o arquivo de simulação em https://github.com/asgunzi/Ruina-Apostador
Originally published at https://ideiasesquecidas.com on July 23, 2024.