4 décadas de um engenheiro e gerenciamento de pessoas, coisas e dinheiro

Arnaldo Gunzi
2 min readSep 22, 2023

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Há uma frase, do grande Will Durant, que há tempos não sai da minha cabeça.

“Os homens que podem gerenciar outros homens administram os homens que só podem gerenciar as coisas. Os homens que podem gerenciar o dinheiro gerenciam tudo.” — Will Durant, no livro Lições da História.

Will Durant foi um dos grandes historiadores do mundo, publicando mais de 1000 páginas em 10 volumes da História da Humanidade.

Concordo bastante com a frase acima, por uma questão de escala. Quem é técnico faz um trabalho muito nobre, porém consegue entender profundamente de apenas um tópico.

A forma de aumentar a escala do trabalho é gerenciando pessoas — sempre foi e sempre será assim, mesmo com toda IA vindoura.

E o dinheiro é equivalente à energia na física. É a capacidade de contratar pessoas, equipamentos, investir em inovações, e ganhar ainda mais escala.

Em complemento à noção de gerenciar coisas, pessoas e verba, outra reflexão são as “4 décadas de um engenheiro”, de Kokei Uehara, um grande engenheiro brasileiro.

Primeira década: Técnico

Nos primeiros 10 anos depois de formado, o engenheiro procura dominar a parte técnica: conhecer o seu trabalho, evoluir no que sabe fazer, executar muito bem o que lhe é dito. Entender como são as regras num ambiente de trabalho, conhecer o limite do que pode fazer ou não.

Segunda década: Administrador

Na segunda década do engenheiro, ele já domina a técnica e dá um passo maior: como administrar pessoas e processos. Se antes diziam para ele fazer alguma coisa, agora ele é que diz a alguns outros o que fazer. Agora ele tem mais responsabilidades, uma visão mais ampla dos assuntos. Expande os limites do que é possível fazer.

Terceira década: Economista

Na terceira década, o engenheiro já conhece bem o que faz e como fazer. E ele passa a se interessar em saber como o mundo funciona, num nível mais estratégico. Quais as implicações do que faço no mundo, e como o mundo implica no que faço. Por que algumas ideias funcionam e outras, não? Como posso contribuir para o todo?

Quarta década: Filósofo

Na quarta década de engenheiro, ele passa a se questionar. Por que estou fazendo isto? Qual o sentido de todos esses anos de trabalho? O que é realmente útil, e o que não é? O que eu faria diferente nas últimas décadas em que trabalhei?

Acredito que este panorama seja válido não apenas para engenheiros, mas qualquer bom profissional.

Seja como for, são pontos de vista que se complementam: liderança, energia e capacidade técnica; escala e o sentido do que fazemos.

Veja também:

https://ideiasesquecidas.com/2021/06/26/licoes-da-historia-will-e-ariel-durant

Originally published at https://ideiasesquecidas.com on September 22, 2023.

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Written by Arnaldo Gunzi

Project Manager - Advanced Analytics, AI and Quantum Computing. Sensei of Analytics.

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